sexta-feira, 9 de novembro de 2012

09/11/2012 > Crônica do Z. Ramires - "O Tempo não pára, mas o Relógio parece devagar...


O Tempo não pára, mas o Relógio parece devagar...
 (texto publicado no jornal "O Oeste Paulista" de 09/11/2012)
José Carlos Ramires
07/11/2012

Dizem que o tempo não pára. Que o tempo tem movimento. Será? Qual seria o movimento do Tempo? O que diz Albert Einstein sobre o Tempo? De acordo com a sua famosa teoria, a da Relatividade, tudo no mundo é relativo. Algo é pequeno ou grande, quando comparado for a outro objeto. Assim o tempo também seria relativo. Mas relativo ao que? Tempo tem tamanho? Qual seria o tamanho do Tempo?
Mas no caso do Tempo, estamos falando dos movimentos relativos entre os objetos espalhados pelo mundo e pelo Universo. Quanto maior a velocidade de um objeto, e se neste objeto houvesse um relógio, o tempo do relógio se moveria cada vez mais lento, quanto maior sua velocidade fosse. E assim concluímos que o tempo é relativo.
Quem já não se assustou quando o seu veículo parece movimentar-se de ré quando algum veículo começa andar lentamente à sua frente? E num ato contínuo pisamos no freio, não é? Já não aconteceu isto com você? Acredito que sim. Pois que os movimentos também são relativos entre objetos que se movem. Se um veículo está a 80 km/h e o outro a 50, para quem está no veículo mais lento, a velocidade do outro, na sua percepção, é de 30 km/h, e portanto menor. Em relação a um radar da estrada, o primeiro veículo está a 80 km/h e o outro, mais lento, a 50 km/h. Mas se o radar estivesse no veículo mais lento, a velocidade do veículo que lhe ultrapassa seria de 30 km/h. Interessante não? Bem, nem tanto...
Mas porque digo tudo isto e faço esta explanação? Também não sei. Mas deu-me uma vontade muito grande sobre isto escrever. E tudo como consequência de uma pergunta de um grande irmão-amigo.
– Ô Zé, porque você não escreve sobre o relógio da Estação? Respondo: – Ué, mas por quê?
– Bem... Porque ele não dá a hora correta! E já faz tempo! Diz meu amigo-irmão... – E também porque dele gosto! Complementa o amigo.

            Isto tudo ficou rodando em minha cabeça, mas precisamente nesta minha mente, já um pouco “destrambelada”, que não sei se por muito estresse, ou se por falta de querosene nas lamparinas da mente... Lamparinas da mente? Mas que doidice esta? Sim... Não dizem os especialistas existenciais que nossas mentes são brilhantes? Se brilhantes são, não seria porque temos Luz em nossa Mente? E que estas luzes não seriam emitidas por milhões e milhões de neurônios, transmitindo-se entre si através de pequenos e infinitesimais bloquinhos de bites e baites de luz, de um canto prá outro, e com isto formando nossos pensamentos e liberando nossas ações? Um verdadeiro super-hipercomputador, isto sim, é a nossa Mente... E assim, brincando com as pessoas, digo que, quando há um lapso de memória, é porque preciso carregar com querosene as Lamparinas da minha Mente! Uma brincadeira metafórica, porém pertinente, se bem pensarmos...

            Mas, e quanto ao Relógio da Estação? Este, por sinal, um lindo, valioso e valoroso relógio. E quanto a ele? Será que se cansou de tanto trabalhar, sem nada receber? E por isto não esteja devagar andando? No tempo ou no espaço? Acho que nas duas direções...
Esta hora, criada pelos homens, que também é relativa, por ele não sabemos. Ficou na saudade. Morreu de saudade. De saudade dos tempos em que olhávamos prá ele, e as horas sabíamos. Hoje não? Suas horas, confiáveis não são. O movimento de seus ponteiros não reflete o movimento aparente do sol em relação ao nosso planeta. Há um descompasso. Aparentemente o tempo do relógio corre atrás do tempo do Sol, que pelo seu movimento nos dá a verdadeira hora. O coitado do relógio da Estação está lento, devagar, e nesse caminhar um dia ele poderá parar.
            Consertos e acertos devem ser feitos. Velhos tempos, dos bons tempos do Sr. Jesus Dias Dumont, pai do amigo Alaor, recém-eleito prefeito de nosso querido município; pois que era ele quem, por sua abnegação e disposição, consertava e ajustava as horas deste nosso Relógio da Estação.
            Quão bom não seria podermos fazer valer os velhos tempos do Sr. Jesus Dumont, que em outra esfera se encontra, e que talvez, e digo talvez com muita esperança, que com seu filho como prefeito, perfeito será no conserto e acertos das horas, prá que elas, sempre corretas sejam e assim continuem para todos nós...
            E que todos os dias continuem sendo dias corretos, para tudo e para todos... E que as horas do Relógio da Estação sejam sempre justas e perfeitas... Para tudo e para todos...