domingo, 2 de dezembro de 2012
Jornal "O Oeste Paulista", edição nº 4010 de 30/11/2012 da cidade de Santo Anastácio, SP.
sexta-feira, 9 de novembro de 2012
09/11/2012 > Crônica do Z. Ramires - "O Tempo não pára, mas o Relógio parece devagar...
O Tempo não pára, mas o
Relógio parece devagar...
(texto publicado no jornal "O Oeste Paulista" de 09/11/2012)
José Carlos Ramires
07/11/2012
Dizem
que o tempo não pára. Que o tempo tem movimento. Será? Qual seria o movimento
do Tempo? O que diz Albert Einstein sobre o Tempo? De acordo com a sua famosa
teoria, a da Relatividade, tudo no mundo é relativo. Algo é pequeno ou grande,
quando comparado for a outro objeto. Assim o tempo também seria relativo. Mas
relativo ao que? Tempo tem tamanho? Qual seria o tamanho do Tempo?
Mas no caso do
Tempo, estamos falando dos movimentos relativos entre os objetos espalhados
pelo mundo e pelo Universo. Quanto maior a velocidade de um objeto, e se neste
objeto houvesse um relógio, o tempo do relógio se moveria cada vez mais lento,
quanto maior sua velocidade fosse. E assim concluímos que o tempo é relativo.
Quem já não se
assustou quando o seu veículo parece movimentar-se de ré quando algum veículo
começa andar lentamente à sua frente? E num ato contínuo pisamos no freio, não
é? Já não aconteceu isto com você? Acredito que sim. Pois que os movimentos
também são relativos entre objetos que se movem. Se um veículo está a 80 km/h e
o outro a 50, para quem está no veículo mais lento, a velocidade do outro, na
sua percepção, é de 30 km/h, e portanto menor. Em relação a um radar da
estrada, o primeiro veículo está a 80 km/h e o outro, mais lento, a 50 km/h.
Mas se o radar estivesse no veículo mais lento, a velocidade do veículo que lhe
ultrapassa seria de 30 km/h. Interessante não? Bem, nem tanto...
Mas porque
digo tudo isto e faço esta explanação? Também não sei. Mas deu-me uma vontade
muito grande sobre isto escrever. E tudo como consequência de uma pergunta de
um grande irmão-amigo.
– Ô Zé, porque
você não escreve sobre o relógio da Estação? Respondo: – Ué, mas por quê?
– Bem...
Porque ele não dá a hora correta! E já faz tempo! Diz meu amigo-irmão... – E
também porque dele gosto! Complementa o amigo.
Isto
tudo ficou rodando em minha cabeça, mas precisamente nesta minha mente, já um
pouco “destrambelada”, que não sei se por muito estresse, ou se por falta de
querosene nas lamparinas da mente... Lamparinas da mente? Mas que doidice esta?
Sim... Não dizem os especialistas existenciais que nossas mentes são
brilhantes? Se brilhantes são, não seria porque temos Luz em nossa Mente? E que
estas luzes não seriam emitidas por milhões e milhões de neurônios,
transmitindo-se entre si através de pequenos e infinitesimais bloquinhos de
bites e baites de luz, de um canto prá outro, e com isto formando nossos
pensamentos e liberando nossas ações? Um verdadeiro super-hipercomputador, isto
sim, é a nossa Mente... E assim, brincando com as pessoas, digo que, quando há
um lapso de memória, é porque preciso carregar com querosene as Lamparinas da
minha Mente! Uma brincadeira metafórica, porém pertinente, se bem pensarmos...
Mas,
e quanto ao Relógio da Estação? Este, por sinal, um lindo, valioso e valoroso
relógio. E quanto a ele? Será que se cansou de tanto trabalhar, sem nada
receber? E por isto não esteja devagar andando? No tempo ou no espaço? Acho que
nas duas direções...
Esta hora,
criada pelos homens, que também é relativa, por ele não sabemos. Ficou na
saudade. Morreu de saudade. De saudade dos tempos em que olhávamos prá ele, e
as horas sabíamos. Hoje não? Suas horas, confiáveis não são. O movimento de
seus ponteiros não reflete o movimento aparente do sol em relação ao nosso
planeta. Há um descompasso. Aparentemente o tempo do relógio corre atrás do
tempo do Sol, que pelo seu movimento nos dá a verdadeira hora. O coitado do
relógio da Estação está lento, devagar, e nesse caminhar um dia ele poderá
parar.
Consertos
e acertos devem ser feitos. Velhos tempos, dos bons tempos do Sr. Jesus Dias
Dumont, pai do amigo Alaor, recém-eleito prefeito de nosso querido município;
pois que era ele quem, por sua abnegação e disposição, consertava e ajustava as
horas deste nosso Relógio da Estação.
Quão
bom não seria podermos fazer valer os velhos tempos do Sr. Jesus Dumont, que em
outra esfera se encontra, e que talvez, e digo talvez com muita esperança, que com
seu filho como prefeito, perfeito será no conserto e acertos das horas, prá que
elas, sempre corretas sejam e assim continuem para todos nós...
E
que todos os dias continuem sendo dias corretos, para tudo e para todos... E
que as horas do Relógio da Estação sejam sempre justas e perfeitas... Para tudo
e para todos...
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sexta-feira, 10 de agosto de 2012
sexta-feira, 27 de julho de 2012
A Morte Lenta de um Guerreiro Guarani, uma morte anunciada...
A pedidos e como uma rememoração dos bons tempos de criança e de minha juventude nesta querida Santo Anastácio, onde nasci, onde cresci, brinquei, chorei, fugi, me escondi, nadei em córregos e em muitos lugares estranhos andei, com nossos moleques amigos, vizinhos ou não, primos e conhecidos, nós nos divertimos, choramos, brigamos, nos abraçamos e nos perdoamos... De todos os feitos que nos marcaram acredito que um deles seja o nosso querido cinema de nome pomposo, nome de um guerreiro de uma tribo de índios, os Guaranis, advindo daí o seu nome: CINE GUARANI...
Esta foi uma das minhas primeiras crônicas escritas e publicada pela primeira vez, acredito, se não me falhar a memória, nos dias finais de novembro de 2006. Esta crônica assim uma estória e um lamento...
CLIQUE AQUI, para ouvir a música de abertura das sessões de então... From a Summer Place
Esta foi uma das minhas primeiras crônicas escritas e publicada pela primeira vez, acredito, se não me falhar a memória, nos dias finais de novembro de 2006. Esta crônica assim uma estória e um lamento...
CLIQUE AQUI, para ouvir a música de abertura das sessões de então... From a Summer Place
IN
MEMORIAM
A MORTE ANUNCIADA DE UM
GUARANI...
É difícil admitir, é difícil acreditar, é triste... mas este Guarani a que me
refiro está morto. Morto, sem ser velado. Morto sem ser homenageado. Morto, sem
choro e nem vela. Só uma fita amarela, representada por uma parede de tábuas
retiradas de seu próprio ventre, a isolar e também proteger, os descuidados que
em frente passam.
Quanta noite este Guarani nos abrigou em seu aconchego. Quente no verão e frio
no inverno. Mas quem ligava. Quantas tardes de domingo em que a molecada
vibrava, com gritos de pavor e de medo, os seriados que todos assistiam. Com
risos nas chanchadas brasileiras. Com risos nas estripulias do Cantinflas e do
Carlitos, um andarilho que mesmo em trapos não perdia a sua elegância. Quantas
tardes... Quanta saudade daqueles seriados, como o do Capitão Kid, um valente
pirata, que lutava sem nem se entender porque, mas que lutava e nos encantava.
E naquele tempo, não tínhamos televisão. As nossas novelas eram os seriados nas
tardes de domingo. Sempre à espera do próximo capítulo. E interessante, o
mocinho ou a mocinha, sempre ao final do capítulo ficava numa situação de
perigo, que a todos permitia incutir em nossas mentes, as mais fantasiosas e fantásticas
saídas. Quanta saudade...
Mais tarde, quando nos tornávamos adolescentes, os encontros com as
namoradinhas, invariavelmente marcados nas sessões do Cine Guarani. Ah! agora
todos estão percebendo. A memória de quem falo é a do Cine Guarani. Sim,
daquele cinema que a todos encantava e deleitava.
Mas, voltemos ao saudosismo. Quem não se lembra. Só não se lembra quem não teve
a honra e o prazer de esperar todos os fins de semana, só prá ir ao cinema. E
olhe que estes eventos eram grandiosos. Todos, homens e mulheres, casados ou
não, jovens, namorados ou não, todos se preparavam como quem fosse a um
casamento. Pois tal evento era importante, muito importante. Era ali onde todos
se permitiam socializar de um modo diferente. Quem tinha carro, ia de carro.
Quem não tinha, ia a pé. A família toda junta.
E quando se estava em frente ao cinema, para nós crianças, e acredito que
também para os adultos, era um momento de estranha alegria, uma alegria
misturada com apreensão, com ansiedade, tudo misturado. As filas, imensas às
vezes eram, dependendo do filme, se famosos por sucesso anunciado pelos que da
capital chegavam, ou pelas ondas de rádios que nossas mães ouviam com atenção,
ondas que vinham de longe, de São Paulo, do Rio de Janeiro. E ficávamos todos,
em pé e em fila, andando devagarinho, pensando, pensando e sonhando. Na
entrada, as catracas faziam barulho de giro em giro, passando um a um, para
conferir a contagem dos presentes, com a contagem dos bilhetes. Gente experta
naquele tempo. Ao se entrar na ante-sala, à esquerda o balcão das guloseimas,
doces, chocolates, balas. Quem tinha sede tomava água no bebedouro que lá
existia, pois de tanta ansiedade as bocas secavam e o sorvido de um gole d'água
aplacava a nossa sede, de água e de ansiedade, pois já estávamos na ante-sala,
já estávamos dentro. Sem falar que lá também havia sofás, e dos bons, para que,
aos que mais cedo chegavam, se permitissem sentar e esperar, das cortinas a sua
abertura.
Quando na sala de projeção se entrava, tudo iluminado, lindo, músicas se
ouviam, lindas, de orquestras, de grandes orquestras. O burburinho era intenso.
A escolha para entrar e escolher um lugar para se sentar era intrigante. Vou
pelo corredor do meio, pelo da esquerda ou da direita? Ah! E tinha também a
escolha da distância da tela, mais longe, mais perto. Na parte anterior? Logo
na entrada, mais em cima, com as cadeiras em declive? Ou na parte de baixo, em
aclive, mais perto da tela? Estes últimos eram das crianças os lugares
preferidos. Que de perto todos queriam, ver e ouvir, o som mais forte, a imagem
mais de perto, sensações mais fortes.
Chegando a hora da sessão o início, um som lindo se ouvia, um som
característico, de violinos a entoar uma música, que de tão bela, nos deleitava
e nos acalmava. As luzes apagando-se lentamente. As cortinas abrindo-se, uma
para cada lado. Um show, um show não, um espetáculo! As cortinas se abrindo, a
música se ouvindo e de repente, silêncio... Então, um clarão ilumina a tela
branca e um estrondo de som inicia a sessão. É chegada a hora. E ela chegou bem
quando acordei. Um sonho. Um sonho que de volta não se tem mais. Os anos se
passaram. Como um raio iluminando o céu. Caí na realidade. O Guarani morreu,
destruído que foi pelo excesso de informações. Não mais cinema em prédios como
aquele, do grandioso Cine Guarani. Agora são só filmes engavetados, engavetados
em fitas, em fitas de vídeo e em discos, discos de vídeo, os tais devedês, para
se ver numa tela, numa telinha, sem o charme dos antigos cinemas de antão.
José Carlos Ramires
29/nov/2006
A CRISE DE LIQUIDEZ NA AMÉRICA LATINA
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Estas imagens de barcos pesqueiros de alta tonelagem oxidando-se no meio do deserto que um dia fora um lago, são os símbolos de um fracasso total, pela falta de planejamento e de visão de futuro...
O mar de Aral fica na Ásia Central, entre o Casaquistão e o Usbequistão, era o quarto maior lago do mundo em 1960...
Um ambicioso programa da URSS, para aumentar-se a produção de algodão, desviou os rios que o alimentavam, para irrigar cultivos de algodão, uma grande aposta da república do Uzbequistão. Isto resultou em um desastre ambiental sem precedentes... Onde o homem mexe com a natureza, alguma coisa, com certeza irá acontecer. E aconteceu... Além dos problemas com o projetos dos canais, algo passou despercebido, qual seja: que para se produzir 1.000 kg de algodão são necessários nada menos do que 3.644 m3 de água e a isto nós chamamos de: PEGADA HÍDRICA (em inglês Footprint).
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