terça-feira, 1 de setembro de 2009

A CANÇÃO DA INDEPENDÊNCIA



A CANÇÃO DA INDEPENDÊNCIA

“Foi o único que me enganou.”

Frase de Napoleão Bonaparte, em suas

memórias, pouco antes de sua morte no exílio da

Ilha de Santa Helena, referindo-se a

D. João VI, Rei de Portugal e do Brasil.


A canção da Independência começou a ser composta quando o Imperador Napoleão de França decide invadir e conquistar Portugal. E neste momento começa a surgir esta canção na mente de um homem considerado por muitos, e indevidamente, como um bobalhão. Mas que de bobo não tinha nada. Foi muito astuto. Este homem foi o Príncipe Regente D. João VI, filho de Maria I, a louca.

Seu astuto ardil começa a ser forjado com o anúncio do caminhar das tropas francesas em direção a Portugal. Que motivos levaram Napoleão a invadir Portugal? Quais eram seus propósitos? Estas perguntas sempre me intrigaram. Seria talvez a sua ânsia insana em retaliar Portugal por sua aliança estreita com a Poderosa Inglaterra?

Ou seria talvez uma cartada astuta para retomar um antigo desejo de instalar no Brasil a sua França Antártida?...

Segundo o pesquisador e jornalista Laurentino Gomes, em sua obra, “1808 – Como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma corte corrupta, enganaram Napoleão e mudaram a História de Portugal e do Brasil”. D. João, já então Príncipe Regente do Reino de Portugal, não tinha muitas opções. Ou se aliava ao Império Francês e, portanto a Napoleão, tornando-se vassalo de França, ou fugia em retirada asilando-se na Inglaterra, ou, uma terceira opção se apresentava... Retirar-se, com todo o seu estafe governamental e sua corte, tribunais, e tudo o mais que governa um país, fugindo de Portugal ao Brasil, sua então colônia mais rica e próspera de todo o seu Reino Colonial.

A invasão iminente pelas tropas francesas forçou esta última opção, a fuga para o Brasil, que já vinha de longa data nos planos e objetivos do Reino de Portugal, que por razões geopolíticas e outras, sempre sofreu com as ameaças de seus vizinhos.

Já em 1580 o Rei Felipe II de Espanha assumiu o trono português, vago que ficou com a morte, ou desaparecimento, do Rei D. Sebastião II, de Portugal, em uma batalha contra os mouros em Marrocos, norte da áfrica. Durante 60 anos Portugal foi governado pela Espanha, período que ficou conhecido como União Ibérica. É deste período os primeiros registros e planos para a mudança do governo português para a América.

Em 1736 o embaixador português em Paris, Luiz da Cunha, propunha em memorando secreto ao Rei D. João V que Portugal não passava de uma “simples orelha de terra” e que nunca teria segurança, se não transferisse a sua sede de governo para o Brasil, instalando ali o Império do Ocidente, com o título de Imperador do Ocidente e indicando um vice-rei para o governo de Portugal. Uma inversão total dos valores então vigentes. Adiantava ainda que a eventual perda de Portugal e Algarves para a Espanha seria compensada com a anexação de parte do território da Argentina e do Chile.

Em 1762, o então Marques de Pombal diante de mais uma ameaça de invasão, sugeriu ao Rei D. José I, que tomasse providências para a mudança de governo no Brasil. Muitos outros planos e sugestões para mudanças foram propostos de 1801 a 1807, onde então começa a se fazer valer o plano de mudança da corte, com o agravamento da situação geopolítica e a ameaça constante e perene do Imperador Napoleão.


O príncipe regente D. João foi ganhando tempo, com promessas e acordos com os dois governos, o da Inglaterra e com o de França. Assim ele fez e no final do ano de 1807, decide mudar toda a sua corte ao Brasil, com o apoio da Marinha Britânica, para cujo governo havia dado toda a garantia de liberdade do comércio entre as nações, principalmente com o Reino de Inglaterra.

A evacuação para a mudança do governo ao Brasil, ordenada por D. João ao receber notícias contundentes e ameaçadoras de invasão pelas tropas de Napoleão Bonaparte, apesar dos vários planos, foi de uma balbúrdia e confusão indescritível, que só podemos avaliar em nosso imaginário. Uma cidade, Lisboa, com ruas estreitas e antigas, com pessoas, carroças e mulas, fazendo o transporte de tudo e de toda a riqueza existente nas mãos da família Imperial, de toda a sua corte e das demais famílias nobres.

Jóias, ouro, diamantes, pedras preciosas, roupas, toda espécie de utensílios, documentos, todo o estafe governamental, tribunais, juízes, governantas, auxiliares, soldados e uma máquina de impressão nova adquirida na Inglaterra, foram embarcadas. Todo o acervo da Biblioteca Nacional e dos arquivos da coroa foram encaixotados e levados ao porto no cais de Belém no Rio Tejo.


É chegado o dia do embarque. Numa manhã ensolarada de 29 de novembro de 1807, todos embarcam em 56 navios, sendo: 31 de guerra, dos quais, treze ingleses e dezoito do Reino de Portugal; mais 25 navios mercantes, sendo: oito naus, três fragatas, três brigues e duas escunas.

Procurem imaginar esta cena. Milhares de pessoas se amontoando no cais para ver o que estava ou estaria acontecendo. Pessoas indo e vindo, carregando e descarregando, tudo sendo embarcado. Uma surpresa aos lisboetas portugueses. Mais tarde, quando tudo pronto para embarcar, inicia-se a descida da corte ao cais. Espanto! O Regente D. João despedindo-se, a Rainha-mãe D. Maria, a louca, a Princesa D. Carlota Joaquina, os príncipes-infantes e as princesas, filhos de D. João VI e de Carlota Joaquina, todos sendo levados aos seus respectivos navios. Nobres ilustres sendo embarcados. E outros nobres que não conseguem vaga nas naus portuguesas. Uma situação caótica, que ao final chega-se, contudo a intento, apesar de ficar no cais de Belém, mais de 60.000 livros da Biblioteca Real e a maior parte da prataria. Os livros somente são enviados ao Brasil em março de 1811. E a prataria, fundida, com os franceses ficaram.

Foram cerca de cem dias entre o céu e o inferno. Entre o clima inclemente de sol e calmaria, e do inferno dos mares bravios que, ao sabor das ondas, judiavam dos já alquebrantados navios da corte real. Foram dias e noites de medo e pavor.

Em 29 de novembro de 1807, protegida pela Marinha Inglesa, zarpa do Porto de Lisboa a esquadra portuguesa, que no dia seguinte seria ocupada pelas tropas de Napoleão.

Em 08 de dezembro uma violenta tempestade, próximo à Ilha da Madeira nas Canárias, destrói velas e mastros dispersando as naus. Parte da esquadra segue para o Rio de Janeiro, com D. João decidindo seguir para Salvador na Bahia.

Nos últimos dias de dezembro de 1807, por falta de vento, os navios levam 30 dias para percorrer trinta léguas, quando normalmente se levaria 10 horas.

Em 22 de janeiro de 1808, D. João VI chega a Salvador, na Bahia, após 54 dias de mar e cerca de 6.400 km percorridos. Permanece em Salvador até 26 de fevereiro.

Em 07 de março de 1808, no começo da tarde, em um dia de sol e céu azul, a esquadra de D. João entra na baía da Guanabara. O desembarque da família real só aconteceria no dia seguinte.


A Canção da Independência começa aqui a formar seus contornos e nuances musicais. De 07 de março de 1808 a 07 de setembro de 1822, foram quatorze anos e seis meses de existência do Reino do Brasil, Portugal e Algarves. E o infante D. Pedro, o nosso D. Pedro I, quatro dias depois do Grito da Independência compõe a sua Canção, o nosso lindo Hino da Independência do Brasil. E esta saga da Independência não se travou em lutas sangrentas para a sua conquista. Foram conquistas sim, mas conquistadas com conversas e acordos, características estas que suplantaram as demandas litigiosas, sem o uso de força bruta para acolhê-las.


E assim passamos a cantar, com os versos de Evaristo da Veiga, na bela música de D. Pedro I - primeiro Imperador e Salvador Perpétuo do Brasil - este belo hino, que a seguir transliteramos seus versos para um entendimento melhor de seus significados.

Estrofes do Hino

Transliteração

Já podeis da Pátria filhos

Ver contente a mãe gentil;
Já raiou a liberdade

No horizonte do Brasil.
raiou a liberdade,

Já raiou a liberdade...

No horizonte do Brasil.

Vós, filhos da Pátria, já podeis ver contente a vossa mãe gentil, pois que a liberdade já raiou no horizonte do Brasil.

(Refrão)

Brava gente brasileira!

Longe vá temor servil.
Ou ficar a Pátria livre,

Ou morrer pelo Brasil;
Ou ficar a Pátria livre,

ou morrer pelo Brasil.

Brava gente brasileira, já vai longe o temor da servidão.

Ou ficar a Pátria livre, ou morrer pelo Brasil.

Os grilhões que nos forjava
Da perfídia astuto ardil,
Houve Mão mais poderosa,
Zombou deles o Brasil.
Houve Mão mais poderosa
Houve Mão mais poderosa
Zombou deles o Brasil.

Uma mão mais poderosa nos livrou dos grilhões da perfídia que nos prendia em astuto ardil, e zombou deles o Brasil.

Não temais ímpias falanges,
Que apresentam face hostil:
Vossos peitos, vossos braços

São muralhas do Brasil.
Vossos peitos, vossos braços
Vossos peitos, vossos braços
São muralhas do Brasil.

Não temais as impiedosas falanges que apresentam uma face hostil, pois vossos peitos e braços são as muralhas que protegem o Brasil

Parabéns, oh! Brasileiros,
Já com garbo juvenil

Do Universo entre as Nações
Resplandece a do Bras
il.
Do Universo entre as Nações
Do Universo entre as Nações
Resplandece a do Brasil.

Parabéns brasileiros, agora já com orgulho juvenil e forte, pois que, entre as nações do universo, resplandece a do Brasil.



Grito da Independência, de Pedro Américo – Independência e Vida...

E assim, terminamos aqui a nossa saga cancioneira sobre a Independência deste nosso querido Brasil, que por um destes desvios da história, nos remete a desvios poéticos sobre o surgimento do Hino da Independência.

Foram 14 anos e 6 meses, decorridos entre o embarque no porto de Belém, em Lisboa, como a que anunciar, por sua estrela, os caminhos para Independência do Brasil, incluindo a chegada em Rio de Janeiro e ao fim, as margens plácidas do Ipiranga, em São Paulo, ouviram de um povo heróico um brado retumbante, não de Morte, mas de Vida, de uma Nova Vida que se abriu no horizonte do Brasil, tornando este país juvenil, um gigante forte e varonil.

Viva o Brasil ! Viva a Independência... Salve Brasil ! Salve 7 de Setembro...




José Carlos Ramires

Cidadão brasileiro e anastaciano...

Jcr/

01/Set/2009

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Time do Futebol do Flamenguinho

Este era o time de futebol do CR Flamengo de Santo Anastácio, o Flamenguinho, no ano de 1961, quando foi campeão infanto juvenil de Santo Anastácio/SP. Era dirigido pelo famoso Garruchão, pai do Zóio Azul. O time possuia o jovem Zadinha, que chegou a profissional, um exímio jogador. Seu nome era Raimunho Landulpho Cardoso e faleceu, não há muito tempo, no Rio Paraguai, no estado de Mato Grosso.
Quem souber dos nomes dos outros componentes do time e outras informações, entrar em contato postando um comentário, identificando-se.
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quinta-feira, 5 de março de 2009

Boas Vindas ao Santo Anastácio em Foco

É com muita satisfação que damos as boas vindas a todos os internautas e em especial aos cidadãos anastacianos interessados no crescimento, prosperidade e bem-estar do povo anastaciano.
Se você tiver algum fato interessante a ser relatado, alguma observação, comentários, relatos históricos, fatos pitorescos, fotos antigas de Santo Anastácio, fotos de famílias pioneiras, ou qualquer outro fato ou assuntos que estejam relacionados, favor fazer contato com este nosso Blog.
Este blog também servirá para a postagem de avisos e andamentos das diversas Comissões Municipais que queriam participar da sua divulgação.
Convidamos também o Poder Executivo Municipal e a Câmara de Vereadores para fazerem uso deste espaço democrático para a divulgação de suas atividades, no que estaremos ao vosso inteiro dispor.